The Society | Crítica – 1ª temporada
Já pensou fazer uma viagem e quando voltar seus pais simplesmente não estão mais em casa? Dá um certo desespero, não é? Pois é isso que a série The Society, da Netflix, aborda.
A nova trama do serviço de streaming, focada no público jovem-adulto mistura assuntos diversos, repleto de drama e mistério, mostrando uma cidade em que todos os pais e crianças desaparecem do nada, restando apenas que os jovens tomem conta da cidade.
Sem a ajuda dos mais velhos, os adolescentes têm que começar a se virar. Isso é um tema muito bem abordado na trama, em que sem nenhuma formação, mas por pura necessidade, esses jovens precisam realizar atividades do dia-a-dia, como cuidar das casas, da cidade, fazer comida e até ajudar quem ficar doente ou mesmo grávida. Basicamente os jovens se tornam adultos da noite para o dia, e tudo isso precisa ser controlado pela adolescente mais velha Cassandra (Rachel Keller) [foto abaixo].
Como todo bom adolescente dos dias atuais, as regras precisam ser desobedecidas, fazendo com que o caos da cidade comece a aparecer, sendo assim, até a assassinar sua líder, tornando sua irmã caçula Allie (Kathryn Newton) [foto abaixo] a nova pessoa a comandar essa turma rebelde.
O mais legal de The Society é que muitos assuntos são abordados e refletem o que vivemos atualmente. Os políticos que não agradam a todos, em que acham tudo uma ditadura e consequentemente realizam um golpe militar (nesse caso, os militares são conhecidos como ‘Guarda’, os garotos populares que comandavam o time de futebol americano da escola, antes do sumiço dos pais). Uma eleição com bastante jogo sujo só para os maiorais liderarem.
Há também a difícil tarefa de reduzir o consumo da nova sociedade para poder ter comida, bebida e energia elétrica para todos e por mais tempo. A busca de terra fértil para o cultivo de plantas e alimentos e ainda decidir o que fazer com quem não cumpre as regras, criando um tribunal.
Tudo isso em meio a dramas que cada um dos adolescentes passa:
Uma menina chamada Becca (Gideon Adlon) que engravidou de um menino por causa de uma noite de sexo, tendo seu filho no meio desse cenário e sem médicos, mas que teve a ajuda e a boa vontade de Kelly (Kristine Froseth), uma carismática jovem que quer a paz entre todos os habitantes da nova sociedade. Becca é a melhor amiga de Sam (Sean Berdy), um menino com deficiência auditiva, que ajuda sua amiga em tudo o que ela precisa, inclusive assumir o papel de pai de seu bebê. Mas Sam é gay e vive um amor lindo com Grizz (Jack Mulhern) [foto abaixo], um dos membros da Guarda, mas que tem o coração enorme e ajuda todas as pessoas por onde passa, ora com um conselho ora com um abraço. Uma observação: você vai amar Grizz, garanto! rsrs.
A disputa pela liderança na nova sociedade fica a cargo dos dois maiores rivais de Allie: Lexie (Grace Victoria Cox) e Harry (Alex Fitzalan). A garota nunca aceitou que Allie ficasse no comando depois da morte de sua irmã e não gosta nenhum pouco de ter que ajudar nos afazeres da cidade, mas no final da temporada podemos ver que ela tem um coração até que bom. Já Harry é o bad boy da cidade, ex de Kelly, nunca quis comandar nada por lá, mas com o convencimento do mais bad boy ainda e psicopata Campbell (Toby Wallace) juntos conseguem derrubar o governo de Allie com a ajuda dos membros da Guarda (menos de Grizz, é claro).
Campbell é irmão de Sam mas sempre odiou ter um irmão gay e surdo. Ele conquistou o coração machucado e inocente da jovem Elle (Olivia DeJonge), que ao casarem prematuramente (afinal a cidade não é de ninguém mais então cada um mora com quem quer, teoricamente) ele mostra sua verdadeira psicopatia, maltratando e batendo em Elle.
O lado bom da força fica ainda com Helena (Natasha Liu Bordizzo), que tenta passar sua fé para dar esperança aos jovens da cidade. Ela namora Luke (Alex MacNicoll), o quarterback do time de futebol da escola, logo o mais importe da Guarda de Allie, mas que se volta contra a comandante, decepcionando muito os já fãs da série. Will (Jacques Colimon) é o melhor amigo e braço direito de Allie, além de ser apaixonado pela loira, e antes de tudo acontecer ele viveu de casa em casa sendo adotado, fazendo com que seja o único dos jovens a não sentir muita falta da vida anterior. E para fechar essa resenha dos personagens, temos os amigos gênios Gordie (José Julián) e Bean (Salena Qureshi) que juntos cuidam da parte de entender o porquê os familiares sumiram e o que fazer para melhorar a parte tecnológica da cidade.
The Society parece uma mistura das séries ‘Under The Dome‘, em que os habitantes da cidade não conseguem sair dela pois há um limite, no caso dessa aqui a floresta cobriu todos os acessos da cidade, e ‘The 100‘, onde jovens precisam aprender na marra a como serem adultos e conviver com dramas da sua adolescência e da maturidade ao mesmo tempo.
É uma série muito gostosa de assistir, o roteiro é bem escrito e a sinergia entre os personagens é algo muito legal. Sem contar que a escolha do elenco é ótima, não tem nenhum ator ruim na série, e boa parte deles já participou de produções anteriores.
A segunda temporada ainda não foi confirmada pela Netflix, mas precisamos que seja, afinal muitas perguntas ficaram no ar. Porque os familiares sumiram? Seria um multiverso? Ou uma experiência do Governo? Algumas ligações já foram apresentadas nesta temporada de estreia, como do motorista de um dos ônibus que levou os jovens a viagem no primeiro episódio, que é o mesmo cara que ajudou a prefeitura a tirar um mau cheiro que tinha na cidade, mas que não recebeu seu pagamento. Poderia ser uma vingança deste homem? Ou também um cachorro que aparece na cidade mas que é visto no episódio final onde os pais dos adolescentes estão. O cachorro sabe o caminho entre os dois mundos?
Bem, aguardaremos as respostas nas próximas temporadas.
Referência: post feito por mim no site Código Nerd 42
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